segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

"Cartas a um jovem estilista" por Alexandre Herchcovitch

      O livro escrito pelo próprio Alexandre Herchcovitch traz uma proposta de aproximar os amantes da moda no que de fato, está por trás da produção de moda. O estilista deixa claro a diferença entre gostar de moda e estudá-la, fazer dela sua profissão e gostar de moda e usá-la, simplismente pelo prazer de se vestir bem. Um estilista não trabalha sozinho.Uma equipe de profissionais afinada constrói o funcionamento da engrenagem de produção. Os conselhos iniciais para quem quer ingressar no mundo da moda são simples : O interesse em descobrir e investir em outras áreas dentro da moda; testar leque amplo de opções, como modelagem, produção ou edição de moda e não ter medo de testar novos caminhos!
      A moda como a  conhecemos hoje, deve-se a Charles Worth, pioneiro em usar mulheres de carne-e-osso para expôr seu trabalho e em dividir suas obras em duas partes anualmente. A trilha sonora veio de Pacco Rabanne e a moda feminina de Coco Chanel, claro. Além das inúmeras influências globais, a número 1, com certeza, é sua mãe, Regina Herchcovitch. Ela é o motivo das suas modelos não usarem batons em seus desfiles iniciais, pois sua mãe detestava pintar os lábios. A sua primeira cliente VIP, foi Paloma, uma prostituta que morava no exterior e foi apresentada a ele através de seu irmão caçula, Arthur. E sua primeira modelo foi Márcia Pantera, dragqueen inigualável, a qual produzia vários modelos, um para cada dia da semana. Entre seus estilistas preferidos estão Thierry Mugler e Rei Kawakubo. Presença obrigatória da sua passarela é de Geanine Marques, que para Alexandre é símbolo de sofisticação.
Geanine Marques e Herchcovitch
        Para Herchcovitch, moda é negócio e não arte. Um dos objetivos do livro, é a vontade do autor de mostrar a moda como ela é, acabar com essa imagem de futilidade e mostrar seu lado sério. O estilista, sempre muito versátil, afirma que seu cabelo é o reflexo aparente das mudanças de sua marca. Já teve madeixas longas e vermelhas, raspado, curto, platinado, castanho, maior na frente e curto atrás. A comunicação com a imprensa deve sempre ser  muito cautelosa, tem que se saber quando, porque e o que falar com a imprensa. Ele alega sentir-se chateado quando as reportagens fazem referências a tipos de materiais que ele nunca usou e jamais cogitaria usar.
        Um dos capítulos mais interessantes é o que Herchcovitch elimina clichês, como o do estilista que desenha horas a fio, para por causa da dor de cabeça e vai beber champagne. A coisa é bem menos glamourizada como se pregam por aí. Hoje, um croqui vem com todas as informações necessárias para facilitar a vida da modelista. Afinal, ser criador = administrador. Saber administrar o clima, tamanho( asiáticas e brasileiras), matéria-prima, cor, forma e estampa não soa nem um pouco fácil.
     O livro finaliza com uma síntese de carreira em quinze fotos de desfiles, provando o antigo clichê de que moda é emoção.
      

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Usando e abusando do clichê

     É engraçado como a gente prega com tanta convicção que aprende com as experiências da vida. Por exemplo, quando se assiste um filme de drama/suspense sobre zonas de conflito, guerra, a miséria na África ou algo menos trágico, como a " Sociedade dos poetas mortos", que tanto prega o Carpe Diem - aproveitando cada minuto da vida como se fosse o último. Sempre se pensa que a partir daquele momento, vamos valorizar mais a vida e reclamar menos.A verdade é que toda aquela consciência que se adquire sobre o que de fato é importante na vida do homem desaparece na mesma velocidade que se sai do cinema ou se desliga a televisão. A verdade é que o cotidiano é massante e, grande parte das vezes, somos consumidos por ele sem perceber.
     Entretanto, existem experiências que nos engradecem sem a nossa percepção. Porque, apesar da rotina massacrante, há certos fatores que contribuem para o seu bem-estar, e nada melhor do que os amigos para assumirem esse papel, de tornar a jornada mais curiosa e memorável.Se existe algo que aprendi é que não importa para onde se vá, a amizade que de fato te faz bem, permanece. Afinal, ela sempre esteve ali, dentre muitas outras insignificantes. E, na hora de empacotar, será ela a escolhida para ser levada na caixa.
     Muitos gostam de dizer que aqueles que estão distantes, não estão, de fato, distantes, e sim, dentro do coração. Pois eu acho que, quando a amizade é grande o suficiente, ela ocupa um lugar muito além da *bomba de sangue que é responsável pela circulação de excretas e substâncias. Essa amizade, aliás, essas amizades, são parte do caráter e da personalidade, já que a tendência é aproveitarmos o melhor do outro, aprender com o outro para tirarmos e formarmos nossas opiniões que constituim nosso caráter.
     Sendo assim, só tenho a agradecer àqueles todos que ,durante a minha vida em Belo Horizonte, me fizeram quem eu sou hoje, não poderia ser mais grata. Porque assim, não importa onde eu vá, vocês vão estar comigo definitivamente.




~* Muito obrigada pelo carinho e amor de vocês.
    Beijos enormes, Mafê.


* créditos à Taís Pereira e Izabela Vieira