A moda como a conhecemos hoje, deve-se a Charles Worth, pioneiro em usar mulheres de carne-e-osso para expôr seu trabalho e em dividir suas obras em duas partes anualmente. A trilha sonora veio de Pacco Rabanne e a moda feminina de Coco Chanel, claro. Além das inúmeras influências globais, a número 1, com certeza, é sua mãe, Regina Herchcovitch. Ela é o motivo das suas modelos não usarem batons em seus desfiles iniciais, pois sua mãe detestava pintar os lábios. A sua primeira cliente VIP, foi Paloma, uma prostituta que morava no exterior e foi apresentada a ele através de seu irmão caçula, Arthur. E sua primeira modelo foi Márcia Pantera, dragqueen inigualável, a qual produzia vários modelos, um para cada dia da semana. Entre seus estilistas preferidos estão Thierry Mugler e Rei Kawakubo. Presença obrigatória da sua passarela é de Geanine Marques, que para Alexandre é símbolo de sofisticação.
Geanine Marques e Herchcovitch |
Um dos capítulos mais interessantes é o que Herchcovitch elimina clichês, como o do estilista que desenha horas a fio, para por causa da dor de cabeça e vai beber champagne. A coisa é bem menos glamourizada como se pregam por aí. Hoje, um croqui vem com todas as informações necessárias para facilitar a vida da modelista. Afinal, ser criador = administrador. Saber administrar o clima, tamanho( asiáticas e brasileiras), matéria-prima, cor, forma e estampa não soa nem um pouco fácil.
O livro finaliza com uma síntese de carreira em quinze fotos de desfiles, provando o antigo clichê de que moda é emoção.