terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

"Quanto mais as coisas parecem mudar...

mais elas permanecem as mesmas."

     Ok, não tirei essa frase de uma super fonte, mas a música de Corinne Bailey Rae não está muito errada não. Poderia lhe pedir para imaginar um quadro social como o que estou prestes a descrever. Mas não preciso que use da sua imaginação, porque ele está bem a sua frente.
     Quantas vezes você assiste a um telejornal e sente que o mundo virou de cabeça para baixo e que tudo o que acontece é assassinato, roubo e sequestro? Querida(o), existe um motivo para que a violência seja tão reportada quanto é. Simples, eles não querem que você pense, afinal, violência tem toda hora. Mas e programas que discutam a realidade social, não pelo viés "precisamos de mais policiais nas ruas para prender bandidos" e , sim, o porquê dessas pessoas estarem nas ruas roubando e mesmo depois de presas, voltarem a praticar crimes? Não basta prender e esquecer as pessoas nas cadeias. Você realmente acha que está privado de violência quando um ladrão é preso? O chefe do tráfico está lá na cadeia, nesse momento, arquitetando e comandando operações do mesmo jeito. Mesmo o graúdo preso, não tem adiantado mais. 
   Então já sei, a solução é fazer justiça com as próprias mãos. Sério? Você não estudou história? Estava fazendo o que enquanto seu professor te ensinava sobre a ascensão de Hitler e o fascismo na Itália? Não sei você, leitor, o que pensa que é o problema, mas na minha concepção, parte do problema está que , hoje, a camada da burguesia média foi educada durante o período ditatorial, portanto, suas aulas de geografia e história não foram lá as mais elucidativas. Raso o problema? Também acho, afinal, eles poderiam ter procurado informação por conta própria. Mas, em vez disso, eles deixam para se informar através da grande mídia. Aí, o bicho pega. Tenha sempre em mente, por favor, uma história, um fato não tem um lado ou dois. Tem vários. E se só estão te contando um... aí tem coisa. Eles querem te deixar com medo e repetir o episódio do " perigo comunista". Olha só, a gente já caiu nessa uma vez. Custa ter um pouco mais de som senso agora?
   A relação da televisão com a notícia deixou de ser ( se é que algum dia foi) de fidelidade com o público. Estou chamando os jornalistas de antiéticos? Não necessariamente. Mas convenhamos, grande parte dos que trabalham para as grandes emissoras estão corroborando para a política empresarial do veículo. Tendo isso em mente, vale pensar no o que é considerado noticiável. Vamos lá né, te fazer pensar, depois de um dia cheio de trabalho, não é exatamente a forma mais eficaz de te segurar em um canal de televisão. 
  E onde eu quero chegar com isso tudo ? Muito simples. 
  O cenário que aqui descrevo é óbvio para muitos e constrangedor para outros. Mas a verdade é, o mesmo homem que julgou os índios primitivos porque eles não tinham prática de desenvolvimento de forma que sua produção gerasse excedentes, é o mesmo homem que acredita que o século XXI é completamente superior às barbáries medievais. Os tempos mudam, os objetos se desenvolvem, a "evolução" inebria as pessoas. Mas jovens justiceiros estão por aí, amarrando os sujeitos marginalizados em postes enquanto as pessoas aplaudem. Fique atento, caro leitor. Porque os que hoje te "protegem" dos marginais, um dia cobrarão por isso e pedirão em troca fatores valiosos, como a sua liberdade. Assassinar índios porque, em tese, eles não produzem e ocupam terras que acabam ficando inutilizadas é insano, porque o que os índios fazem ali, preservar a terra e cuidar dela, é o que você tem preguiça de fazer, quando houve a expressão " precisamos pensar sustentavelmente". Você tem certeza que primitivo é o índio ou os homens da caverna, porque eles não tinham as ferramentas mais desenvolvidas? E você que tem e utiliza de forma incorreta? E eu não estou falando de tecnologia. A sua ferramenta aqui é a educação, que você parece não saber usufruir com competência. 








    

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