sexta-feira, 8 de julho de 2011

Legalização da maconha?






    Tendo em vista a alta frequência com que se tem deparado com o debate sobre a legalização da maconha,   já não é mais possível ignorá-lo. Assim como também  não pode-se deixar de perceber que os componentes de passeatas são, em sua maioria, membros da elite, que representa, na verdade, o mercado consumidor da maconha. Estão eles tão preocupados assim com a vida instável e perigosa que levam os principais afetados pelo tráfico de drogas? Ou estão eles interessados na facilitação ao acesso de compra da maconha?
    Não desconsiderando a importância de se debater o assunto, mas considerando o Brasil, centro das discussões e que, legalizar a maconha em um país que mal consegue controlar com suas leis seus atuais viciados, como irá esse mesmo país controlar os futuros usuários decorrentes da legalização? O máximo que o sistema legislativo brasileiro em conjunto com a permissão de venda da maconha conseguirá é reduzir o tráfico, mas não extirpá-lo. 

    Além do aspecto legal, deve-se considerar que a saúde pública, hoje, já é ineficiente e despreparada quanto ao tratamento do viciado e a garantia de mantê-lo longe do uso das drogas. A falta de infraestrutura quanto à equipe e aparato clínico hospitalar acarretaria em uma sobrecarga no setor público, que teria que distribuir sua verba governamental, já limitada, em grande parte para a área de assistência aos usuários em estado calamitoso.
   Sejamos realistas. A verba destinada à saúde não vai aumentar, aqueles que criam e aplicam as leis serão os mesmo que hoje vemos serem acusados de aceitar propina e cooperarem com o tráfico. Além do mais, existem motivos mais nobres pelos quais seria válido motivar uma passeata, como reivindicar a melhor do ensino público brasileiro. Por enquanto, não tive a oportunidade de ler nenhum argumento favorável à legalização que me fizesse considerá-la um sinal de evolução do idealismo humano em direção à paz e à resolução de conflitos, sendo assim, prefiro me apegar à realidade, de que ainda precisamos amadurecer muito até termos a consciência do que realmente significa dispor a maconha no mercado legalmente.

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